Margaretha Gertruida Zelle, mais conhecida como Mata Hari, a espiã, dançarina e cortesã, que brilhou na Europa no início do século XX.
O casamento fracassado a levou a Paris, onde se tornou dançarina e cortesã, mantendo relacionamentos com oficiais de alto escalão, políticos e outras pessoas influentes. Esses contatos, somados as frequentes viagens pela Europa durante a Primeira Guerra Mundial, geraram suspeitas. Presa pelos franceses em 1917, Mata Hari foi acusada de espionagem. Morreu afirmando ser inocente:
“Prostituta? Sim sou, mas traidora – jamais!”
Não se sabe ao certo com que efetivamente Mata Hari atuou como uma espiã. É fato que ela aceitou uma missão dos alemães em troca de favores financeiros: recebia para reportar tudo o que sabia das pessoas ricas com quem convivia na França.
Também aceitou prestar serviços a favor dos franceses contra os alemães. Em sua defesa dizia que apesar de se favorecer financeiramente nunca atuou de fato como espiã.
A biografia “Femme Fatale: Love, Lies and the Unknown life of Mata Hari”, escrita pela antropóloga Pat Shipman, que teve acesso a documentos antes proibidos, lança dúvidas sobre o julgamento de Mata Hai e afirma que a dançarina foi bode expiatório dos franceses. Diz ainda que sua condenação foi baseada em provas fabricadas, e sua execução durante a primeira Guerra Mundial serviu para reforçar a moral nacional francesa.
“Ela foi condenada não por espionagem, mas por imoralidade e falta de vergonha”. Pat Shipman
PRINCIPAIS TESTEMUNHOS SOBRE O TEMA NO MAPA NATAL
Júpiter no ascendente testemunha o ganho financeiro associado à sua imagem, o corpo como meio de subsistência.
Após o divórcio Mata Hari passou a sustentar-se (casa II) através das atividades como dançarina e cortesã (casa V).
O aspecto de Júpiter com Mercúrio, Marte e com o Sol domiciliado indica que a cortesã e dançarina ganharia seu sustento atuando junto a pessoas de grande poder.
O Sol junto à Aldebaran (declinação), uma das estrelas reais da Pérsia, associa essas pessoas a cargos e atividades militares.
A proximidade de Marte, regente do ascendente, com o Sol, indica acesso aos segredos dos poderosos com quem se relaciona em virtude do oficio como cortesã.
Júpiter com o lote da traição, recebido por Marte em conjunção a Mercúrio e ao Sol, testemunha a traição dentro desse meio de relações, envolvendo informações secretas e em prol de favorecimento financeiro.
O ascendente aflito por Marte conjunto ao regente da VIII qualifica como perigoso o jogo envolvendo sexo, dinheiro, traição e segredos, perigo que põe em risco a sua vida.
A antíscia de Mercúrio e Marte na VII, em oposição ao ascendente, faz de Mata Hari inimiga dela mesma, pois se coloca em risco, ainda que não se dê conta disso, atentando contra a própria vida.
Mata Hari parecia mesmo não ter noção do perigo ao qual se expunha, já que durante a guerra mantinha oficiais alemães como amantes, sem abandonar as relações ocasionais com franceses e aliados. E foram de fato essas atividades como cortesã, junto ao alto escalão de exércitos inimigos, o fator determinante para sua condenação e morte.
Vênus, regente da XII e da VII, conjunta à Aldebaran (declinação), recebida por Júpiter, testemunha o exercício do trabalho como dançarina e cortesã no estrangeiro, bem como as relações mantidas com oficiais estrangeiros, entre eles amantes e inimigos ocultos.
A recepção entre a Lua, regente da IX e Vênus conjunta ao lote da exaltação e regente da V por exaltação, testemunha o sucesso de Mata Hari como dançarina e cortesã fora de seu país.
Quando viva sua fama era reconhecida em quase todos os países da Europa e, ainda hoje, seu nome é lembrado como sinônimo de espiã em todo o mundo.

Algorab no ascendente profetiza a trajetória em que a nativa, tomada pela cegueira, é levada pelos próprios passos ao encontro da morte.
O cheiro da morte devolve-lhe os olhos e o entendimento profético de Algorab revela-se nas linhas que tramaram seu destino.
“Prostituta? Sim sou, mas traidora – jamais!”
Frase dita por Mata Hari durante seu julgamento
Sobre Algorab – delta da constelação do Corvo
O corvo é associado à capacidade profética e, por isso, visto como portador de más notícias e símbolo de mau agouro.
Também é significado como o desejo cego, sede e fome. Aqui, prisioneiro da urgência desses desejos, o corvo desmerece a honra e manipula a verdade, sendo então castigado à sede eterna.
A mitologia grega é uma das origens da simbologia de sua capacidade profética. Apolo fez do corvo guardião e vigia de sua amada Coronis, tendo presenciado Coronis com outro, o corvo foi até Apolo e delatou a traição. Furioso com as notícias trazidas pelo corvo, que até então era branco como a neve, Apolo o amaldiçoou, transformando-o em uma ave de penas negras. Se, como diz Ovídio, “A língua foi sua a perdição”, o desejo latente na fúria de Apolo pode ser lido como “o que os olhos não veem o coração não sente” ou “Cría cuervos y te sacarán los ojos”.
Na cultura Judaica, o Corvo de Noé, tendo se deixado levar pelos desejos da própria fome ao invés de servi-lo, foi tingido de negro e condenado a comer carniça. Dizia-se que a avidez de sua fome o tornava capaz de sentir o cheiro da morte momentos antes de sua chegada.
Em outra versão, Apolo, tomado pela sede, ordena ao corvo que vá até uma nascente distante buscar uma Taça de água. No meio do caminho uma figueira detém o Corvo, que sem poder resistir ao desejo de comer os figos, pousa e espera até que os frutos amadureçam. Como desculpa à sua demora disse a Apolo que uma cobra d’água impediu que recolhesse de pronto a água, obrigando-o a esperar. Apolo, que pode ver através da mentira, como castigo, colocou o Corvo, a Hidra (a cobra d’água) e a Taça no céu, dando ordens à cobra para nunca deixar que o corvo alcançasse a água, de forma que este sentiria sede eternamente.
fonte: www.obviousmag.org www.bbc.com www.holland.com