Zosma é a delta da constelação de Leão tem seu significado atrelado ao mito do Leão de Neméia, emprestado à Hera por Selene – a Lua – para uma das provas impostas a Hércules em seus 12 trabalhos.
Escondido num bosque, nas proximidades de Neméia, o monstro devastava toda a região, devorando-lhe os habitantes e os rebanhos. Como o animal se entocasse numa caverna com duas saídas, era difícil aproximar-se dele. O herói atacou-o a flechadas, mas inutilmente, pois seu couro era invulnerável. Fechando uma das saídas, o filho de Zeus o tonteou com um golpe de clava e, agarrando-o com seus braços possantes, o sufocou. Arrancou-lhe a pele, com ela cobriu os ombros, tornando-os também invulneráveis. Da cabeça do monstro Héracles fez um capacete. O leão poderoso e soberano, símbolo solar e extremamente luminoso, o rei dos animais possui em alto grau as qualidades e os defeitos inerentes à sua espécie. Encarnação do Poder, da Sabedoria e da Justiça, deixa-se arrastar, em contrapartida, pelo excesso de orgulho e segurança, que lhe conferem uma imagem de Pai, Senhor, Soberano. Ofuscado por seu próprio poder, cego pela própria luz, torna-se um tirano, acreditando-se um protetor. (Junito Brandão)
No avesso de suas características luminares de poder e justiça, é ctônico, ligado ao subterrâneo e as divindades infernais que “tragam o dia no crepúsculo e o expelem na aurora”. O mito fala exatamente desses dois horizontes, as duas entradas da caverna, o transcurso do dia, o ontem e o amanhã. Hércules só venceria o Leão de Neméia se pudesse compreender esse percurso: a viagem infernal do sol conduzido da goela do Leão do Ocidente para a do Leão do Oriente, que renasce a casa manhã.
A palavra Nemeia, é associada ao verbo “nemein”, distribuir, delimitar, o mesmo associado a Nêmesis. Nemesis é a grande divindade da Justiça distributiva, os limites destinados a cada um, o inevitável. A desmesura (húbris) daquele que, tentasse ultrapassar os limites do destino tecido pelas Moiras teria a retaliação divina como resposta.