Fazendo a primeira leitura de um mapa me veio a cabeça uma música do Belchior, um verso específico, que exemplificava bem o que o mapa mostrava. Atendendo os apelos da minha curiosidade larguei a leitura e fui dar uma olhada no mapa do compositor. E de que adiantaria ouvir estrelas se não pudesse cantá-las, ou melhor, contar sobre elas.

Saturno – ♄8 º♌17’ – projeta seu antiscion – ♄21 º♉43’ – na casa VII (associada às relações amorosas) em oposição ao regente do ascendente – ♂ 21º♏52’.
Em Leão, signo que lhe confere exílio, Saturno (neste caso) limita as relações amorosas com a superficialidade das aparências. E os testemunhos que partem do Sol adicionam a casualidade sexual às relações amorosas.
Leão tem o Sol como regente, o que faz dele o dispositor de Saturno. E o Sol está conjunto a Júpiter, regente da casa V (associada ao sexo) e dispositor de Vênus, que por sua vez é regente da VII.
Belchior fez desse tormento poesia, cantada em versos na música “Divina comédia humana”:
“Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um transa sensual…
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não eu canto.”